O que Dizem Professores da Pré-Escola sobre Agressividade entre Crianças

Autores

  • Carolina Duarte de Souza Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
  • Mauro Luis Vieira Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
  • Maria Aparecida Crepaldi Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-8623.2015.1.16772

Palavras-chave:

Agressividade, Professores de pré-escola, Crianças em idade pré-escolar.

Resumo

A agressividade na infância é queixa recorrente a clínicas psicológicas. Esta pesquisa, quanti-qualitativa, investigou como 26 professoras caracterizam e lidam com a agressividade entre pares de crianças na pré-escola. Os dados da Escala de Comportamento Social do Pré-escolar de 50 crianças foram analisados por cálculos estatísticos, e da Entrevista Sobre Agressividade em Pré-Escolares com 23 educadoras por análise de conteúdo categorial temática. As professoras caracterizaram as crianças como pouco agressivas e socialmente competentes, indicando uma correlação negativa do comportamento prossocial e da aceitação da criança pelos pares com a agressividade. As educadoras consideraram a agressividade decorrente de dificuldades de socialização e “bater em alguém” como comportamento indicativo desta. Para as professoras as crianças reagem aos atos agressivos sobretudo revidando-os, e a principal intervenção citada foi conversar com quem agride. Conclui-se que entre as educadoras a agressividade usualmente é considerada como uma inabilidade social, que necessita de intervenção.

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Biografia do Autor

Carolina Duarte de Souza, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Graduada e Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (2006 e 2012), com especialização em Terapia Relacional Sistêmica pelo Familiare Instituto Sistêmico (2010) e Especialista em Psicologia clínica pelo CFP. Atuou como psicóloga escolar e clínica, e como supervisora local de estágio em uma ONG. Atendeu em clínica particular a famílias, adolescentes e adultos de 2008 a 2010. Foi psicóloga pediátrica da Prefeitura Municipal de Cerro Largo entre 2011 e 2013. Foi docente do curso de Psicologia da Faculdade Três de Maio - SETREM, entre 2011 e 2013; e coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Psicologia da SETREM em 2013.Iniciou o doutorado no corrente ano em Desenvolvimento Psicológico e Saúde pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSC com bolsa da CAPES.

Mauro Luis Vieira, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Faço parte do quadro docente do Departamento de Psicologia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Obtive o título de Mestre (1991) e Doutor (1995) em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo. Fiz pós-doutorado na Dalhousie University em Halifax (Canadá) em 1999. Desenvolvi duas pesquisas nessa instituição sobre cuidados parentais e desenvolvimento de filhotes em uma espécie de roedor biparental, o Camundongo da Califórnia. Em dezembro de 2003 criei o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Desenvolvimento Infantil (NEPeDI). O referido núcleo, que reúne professores do Departamento de Psicologia, alunos de graduação e pós-graduação, tem como objetivo desenvolver pesquisas na área de cuidados parentais, desenvolvimento infantil e saúde. O referencial teórico-metodológico é a Psicologia Evolucionista. No entanto, são desenvolvidos projetos interdisciplinares com pesquisadores de outras abordagens teóricas. Os projetos atualmente desenvolvidos se referem ao estudo das concepções de pais e mães sobre o desenvolvimento infantil e sobre a importância da brincadeira para o desenvolvimento integral da criança. Estuda-se também como ocorre a interação entre pais (mãe e pai, quando for o caso) e as crianças. Trabalho na linha de pesquisa Saúde, Família e Desenvolvimento Psicológico do Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFSC. Minha atuação está mais centrada na orientação de trabalhos de pesquisa que envolva a relação entre valores, crenças e práticas de pais e mães e o desenvolvimento infantil. Eu e meus alunos investigamos também aspectos da interação criança-criança com ênfase na brincadeira.

Maria Aparecida Crepaldi, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Professora Associada IV da Universidade Federal de Santa Catarina. Graduada em Psicologia pela Universidade de São Paulo - USP, com especialização em Psicologia Clínica Infantil pelo Hospital das Clínicas da FMRP-USP, e em Terapia Familiar e de Casal pelo Instituto de Terapia Familiar de São Paulo - ITF e Association Parisiènne de Recherche et Thérapie Familiale - APRTF, França. Título de especialista em Psicologia Clínica e e Psicologia Hospitalar (CFP), Mestrado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela PUC-RJ, Doutorado em Saúde Mental pela UNICAMP, com estágio Sandwich na Universidade de Paris (Paris VI). Pós-Doutorado pela Universidade do Québec em Montreal - UQÀM (2007-2008). Pós-Doutorado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP (2008). Professora Associada da Universidade do Québec em Montréal (UQÀM). Docente orientadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia-UFSC. Docente do Programa Integrado de Residência Multiprofissional em Saúde HU - UFSC. Foi coordenadora do Programa de pós-graduação em Psicologia da UFSC de 2011.02 à 2013.01.Tem experiência na área de Psicologia da Saúde e Psicologia da Família.

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Publicado

2015-03-17

Como Citar

Souza, C. D. de, Vieira, M. L., & Crepaldi, M. A. (2015). O que Dizem Professores da Pré-Escola sobre Agressividade entre Crianças. Psico, 46(1), 46–56. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2015.1.16772

Edição

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