Construção e evidências de validade da Escala de Satisfação Corporal e Satisfação Sexual para Lésbicas (ESCSS-Lésbicas)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-8623.2019.4.29944

Palavras-chave:

lésbicas, satisfação corporal, satisfação sexual, evidências de validade, propriedades psicométricas.

Resumo

Este estudo apresenta as etapas de construção de um instrumento psicométrico específico para a população lésbica e a descrição de suas evidências de validação. Os dados quantitativos foram coletados no aplicativo online Google Forms, do Google Drive, por meio da amostra de 1.231 mulheres lésbicas brasileiras (M = 27,87; DP = 9,10). Para a construção e validação do instrumento foram realizadas cinco etapas: 1) Avaliação qualitativa dos instrumentos pelo grupo focal com experts; 2) Avaliação dos instrumentos pelas informantes-chave; 3) Análise por juízes-pares; 4) Análise Fatorial Exploratória (AFE); e 5) Análise Fatorial Confirmatória (AFC). Os resultados da AFE e da AFC foram conduzidos no software Mplus versão 7.11. Os resultados descrevem a criação e as evidências de validade da ESCSSLésbicas, escala tipo Likert de 0 a 6, composta por 30 itens, e confiabilidade interna de 0,907. O instrumento mostrou-se adequado para a mensuração dos aspectos relativos à satisfação corporal e sexual de mulheres lésbicas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Juliana Fernandes-Eloi, Universidade de Fortaleza, CE

Doutorado em Psicologia

Luciana Maria Maia, Universidade de Fortaleza, CE

Doutorado em Psicologia

Elder Cerqueira-Santos, Universidade Federal de Sergipe, SE

Doutorado em Psicologia

Referências

Alves, P. C., Rabelo, M. C., & Souza, I. M. (2014). Hermenêutica-fenomenológica e compreensão nas ciências sociais. Sociedade e Estado, 29(1), 181-198. https://doi.org/10.1590/S0102-69922014000100010

American Psychological Association [APA]. (2008) Answers to your questions: For a better understanding of sexual orientation and homosexuality Washington, DC: Author Disponível online a 27 de Abril de 2010 em http://www apa org/pi/about/newsletter/2008/04/

brochureupdate aspx.

Andrade, A. L. D., Garcia, A., & Cassepp-Borges, V. (2013). Evidências de validade da Escala Triangular do Amor de Sternberg-Reduzida (ETAS-R). Psico- USF, 18(3), 501-510. https://doi.org/10.1590/S1413-

Borsa, J. C., Damásio, B. F., & Bandeira, D. R. (2012). Adaptação e Validação de Instrumentos Psicológicos entre Culturas. Paidéia, 22(53), 423-432. https://doi.org/10.1590/S0103-863X2012000300014

Brown, T. A. (2006). Confirmatory factor analysis for applied research. New York: The Guilford Press. Cardoso, F. L., (1994). Noções de corporeidade - de quem para quem? Motrivivência, 5, 170-177.

Cardoso, F. L., Savall, A. C., Sabbag, S., Mendes, A. K., & Beltrame, T. S. (2009). Implicações do conhecimento corporal no comportamento sexual. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 23(4), 345-354. https://doi.org/10.1590/S1807-55092009000400004

Cardoso, F. L., Sacomori, C., Sperandio, F. F., & Krüger, A. P. (2012). Satisfação corporal em acadêmicos de Educação Física: proposta de um questionário. Motriz Revista Educação Física (Impr.), 18(1), 63-71. https://doi.org/10.1590/S1980-65742012000100007

Cardoso, F. L., Marinho, A., & Pimentel, G. G. A. (2013). Questões de gênero em universitáriospraticantes de esportes de aventura. Journal of Physical Education, 24(4), 597-608.

Cassepp-Borges, V., & Teodoro, M. L. (2007). Propriedades psicométricas da versão brasileira da Escala Triangular do Amor de Sternberg. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20(3), 513-522. https://doi.org/10.1590/S0102-79722007000300020

Cassepp-Borges, V., Balbinotti, M. A. A., & Teodoro, M. L. M. (2010). Tradução e validação de conteúdo: uma proposta para a adaptação de instrumentos. In L. Pasquali (Org.), Instrumentação psicológica: Fundamentos e práticas (pp. 506-520) . Porto Alegre: Artmed.

Cassepp-Borges, V. & Pasquali, L. (2012). Estudo nacional dos atributos psicométricos da Escala Triangular do Amor de Sternberg. Paidéia, 22(51), 21-31. https://doi.org/10.1590/S0103-863X2012000100004

Catão, E., Rodrigues Jr, O. M., Viviani, D. H., Finotelli Jr, I., & Silva, F. R. (2010). Escala de Satisfação Sexual para Mulheres: Tradução, adaptação em estudo preliminar com amostra clínica. Boletim de Psicologia, 60(133), 181-190.

Carvalheira, A. A., & Leal, I. (2008). Os determinantes da satisfação sexual feminina: um estudo português. Revista Internacional de Andrología, 6(1), 3-7. https://doi.org/10.1016/S1698-031X(08)72559-7

Cerqueira-Santos, E., Winter, F. S., Salles, L. A., Longo, J. L., & Teodoro, M. L. M. (2007). Contato interpessoal e crenças sobre homossexualidade: Desenvolvimento de uma escala. Interação em Psicologia, 11(2), 221-229. doi: 10.5380/psi.v11i2.6639 https://doi.org/10.5380/psi.v11i2.6639

Dancey, C. P., & Reidy, J. (2013). Estatística sem matemática para psicologia. RS: Penso Editora.

Derogatis, L. R., & Melisaratos, N. (1979). The DSFI: A multidimensional measure of sexual unctioning. Journal of sex & marital therapy, 5(3), 244-281. https://doi.org/10.1080/00926237908403732

Dias, C. A. (2000). Grupo focal: técnica de coleta de dados em pesquisas qualitativas. Informação & Sociedade: Estudos, 10(2), 1-12.

Duby, G. & M. Perrot. (1998). História das Mulheres: O século XX. Porto: Afrontamento.

Fernandes, J., Barroso, K., Assis, A., & Pocahy, A. F. (2015). Gênero, sexualidade e envelhecimento: uma revisão sistemática da literatura. Rev. Clínica & Cultura, 4(1), 14-28.

Fernandes, J. (2012). Mulher e política: A experiência vivida de mulheres no exercício do poder político. (Dissertação de mestrado Universidade de Fortaleza). Recuperado de http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFOR_d14678194e9491281cf9342066402a1d.

Furlanetto, S. H. T., & Rodrigues Jr., O. M. (1996). A satisfação sexual da mulher adulta. Revista Brasileira de Sexualidade Humana, 7 (1), 131143.

Gato, J., Fontaine, A. M., & Leme, V. B. R. (2014). Validação e Adaptação Transcultural da Escala Multidimensional de Atitudes Face a Lésbicas e a Gays. Psicologia: Reflexão e Crítica, 27(2), 257-271. https://doi.org/10.1590/1678-7153.201427206

Gjersing, L., Caplehorn, J. R., & Clausen, T. (2010). Cross-cultural adaptation of research instruments: language, setting, time and statistical considerations. BMC medical research methodology, 10(1), 13. https://doi.org/10.1186/1471-2288-10-13

Haraway, D. (2004). Gênero para um dicionário marxista. Cadernos Pagu, 22, 201-246. https://doi.org/10.1590/S0104-83332004000100009

Henderson, A. W., Lehavot, K., & Simoni, J. M. (2009). Ecological models of sexual satisfaction among lesbian/ bisexual and heterosexual women. Archives of sexual behavior, 38(1), 50-65. https://doi.org/10.1007/s10508-008-9384-3

Hu, L., & Bentler, P. M. (1999). Cutoff criteria for fit indexes in covariance structure analysis: Conventional criteria versus new alternatives. Structural Equation Modeling: A Multidisciplinary Journal, 6, 1-55. https://doi.org/10.1080/10705519909540118

Hudson W. W. (1998). Index of Sexual Satisfaction. In Davis, Yarber, Bauserman, Schreer, Davis. Handbook of sexuality-related measures. (pp. 512-513). Thousand Oaks, CA: Sage.

Lee, H.; Damhorst, M. L.; Ogle, J. P. (2009). Body satisfaction and attitude theory: linkages with normative compliance and behaviors undertaken to change the body. Family and Consumer Sciences Research Journal, 37(4), 466-488. https://doi.org/10.1177/1077727X09333165

Lingiardi, V., Baiocco, R., & Nardelli, N. (2012). Measure of internalized sexual stigma for lesbians and gay men: A new scale. Journal of homosexuality, 59(8), 1191-1210.

LoPiccolo, J., & Steger, J. C. (1974). The Sexual Interaction Inventory: A new instrument for assessment of sexual dysfunction. Archives of sexual behavior, 3(6), 585-595. https://doi.org/10.1007/BF01541141

Marsh, H. W., Balla, J. R., & Hau, K.-T. (1996). An evaluation of incremental fit indices: A clarification of mathematical and empirical properties. In G. A. Marcoulides & R. E. Schumacker (Eds.), Advanced

structural equation modeling: Issues and techniques. Mahwah, NJ: Erlbaum.

Marshall, M. N. (1996). The Key Informant Technique. Family Practice, 13(1), 92-97.

Meston, C. & Trapnell, P. (2005). Development and validation of a fivefactor sexual satisfaction and distress scale for women: The Sexual Satisfaction Scale for Women (SSSW). Journal of Sexual Medicine, 2(1), 6681. https://doi.org/10.1111/j.1743-6109.2005.20107.x

Monteiro, M. N., Lucena, E. E. S, Cabral, P. U., Queiroz Filho, J., Queiroz, J., & Gonçalves, A. K. (2016). Prevalence of Sexual Dysfunction among Expectant Women. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 38(11), 559-563. https://doi.org/10.1055/s-0036-1594306

Nogueira, C., & Oliveira, J. M. (2010). Um olhar da psicologia feminista crítica sobre os direitos humanos de pessoas GLBT- Estudo sobre a discriminação em função da orientação sexual e da identidade de género.

Lisboa, Portugal.

O’Murray, S (2002) The Comparative Sociology of Homosexualities In D Richardson & S Seidman (Eds). Handbook of Lesbian and Gay Studies, London: Sage. https://doi.org/10.4135/9781848608269.n7

Pacico, J. C., & Hutz, C. S. (2015). Validade. In C. S. Hutz, D. R. Bandeira & C. M. Trentini. (Orgs). Coleção Avaliação Psicológica. Porto Alegre, Artmed.

Pascoal, P. M., Narciso, I. D. S. B., Pereira, N. M., & Ferreira, A. S. (2013). Processo de validação da Global Measure of Sexual Satisfaction em três amostras da população portuguesa. Psicologia: Reflexão e Crítica,

(4), 691-700.

Pasquali, L. (1997). Psicometria: teoria e aplicações. Brasília: Universidade de Brasília.

Pechorro, P., Diniz, A., & Vieira, R. (2009). Satisfação sexual feminina: Relação com funcionamento sexual e comportamentos sexuais. Análise psicológica, 27(1), 99-108.

Pinney, E. M., Gerrard, M., & Denney, N. W. (1987). The Pinney Sexual Satisfaction Inventory. Journal of Sex Research, 23(2), 233-251. https://doi.org/10.1080/00224498709551359

Rich, A. (2012). Heterossexualidade compulsória e existência lésbica. Bagoas-Estudos gays: gêneros e sexualidades, 4(05).

Rigdon, E. E. (1996). CFI versus RMSEA: A comparison of two fit indexes for structural equation modeling. Structural Equation Modeling: A Multidisciplinary Journal, 3(4), 369-379. https://doi.org/10.1080/10705519609540052

Ross, M. W., & Rosser, B. R. S. (1996). Measurement and Correlates of Internalized Homophobia: a Factor Analytic Study. Journal of Clinical Psychology, 52(1), 15- 21 https://doi.org/10.1002/(sici)1097-4679(199601)52:1%- 3C15::aid-jclp2%3E3.0.co;2-v

Shidlo, A. (1994). Internalized homophobia: Conceptual and empirical issues in measurement. In Some of the information in this chapter was presented at the meeting of the American Psychological Assn, New York, 1987. Sage Publications, Inc.

Sprecher, S., Christopher, F. S., Cate, R., Vangelisti, A. L., & Perlman, D. (2006). Sexuality in close relationships. In The cambridge handbook of personal relationships (pp. 463-482). New York: Cambridge University Press. https://doi.org/10.1017/cbo9780511606632.026

Traen, B., Markovic, A., & Kvalem, I. L. (2016). Sexual satisfaction and body image: a cross-sectional study among Norwegian young adults. Sexual and Relationship Therapy, 31(2), 123-137. https://doi.org/10.1080/00224498709551359

Wainberg, L.; Hutz, C.S., & Stenert, F. (2009). Construção de instrumento de medida de satisfação sexual. Resumos do IV Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica, Campinas, 177.

Whitley M. P. (1998) Sexual Satisfaction Inventory. In Davis CM, Yarber WL, Bauserman R, Schreer G, Davis SI, (Eds). Handbook of sexuality-related measures. (pp.519-521). Thousand Oaks, CA: Sage.

Downloads

Publicado

2019-12-31

Como Citar

Fernandes-Eloi, J., Maia, L. M., & Cerqueira-Santos, E. (2019). Construção e evidências de validade da Escala de Satisfação Corporal e Satisfação Sexual para Lésbicas (ESCSS-Lésbicas). Psico, 50(4), e29944. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2019.4.29944

Edição

Seção

Artigos