Coparentalidade aos três meses de vida do bebê

Autores

  • Beatriz Schmidt Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS
  • Vitória Santos Arenhart Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS
  • Rita de Cassia Sobreira Lopes Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS
  • Cesar Augusto Piccinini Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-8623.2019.1.28043

Palavras-chave:

coparentalidade, relações familiares, desenvolvimento infantil, relações pais-criança.

Resumo

O objetivo do presente estudo foi investigar a coparentalidade aos três meses de vida do bebê. Participaram 26 famílias nucleares, com filho único. Mãe e pai responderam a entrevistas. A análise de conteúdo qualitativa revelou responsabilidade predominantemente materna nos cuidados do bebê na maioria das famílias. A mãe parecia ocupar uma posição de guardiã da relação pai-bebê, apresentando comportamentos facilitadores ou inibidores do envolvimento paterno. Todos os participantes mencionaram apoio ao papel coparental, embora também tenha sido identificada depreciação materna à contribuição paterna. O envolvimento triádico ocorria principalmente nos cuidados básicos do bebê. Verbalizações dos genitores sugeriram boa qualidade na comunicação familiar, além de bons níveis de acordo sobre os cuidados. Salientam-se aspectos gratificantes e desafiadores da coparentalidade aos três meses de vida do bebê, período em que os genitores estão se adaptando à nova identidade e aos novos papeis, para atender às necessidades do filho.

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Biografia do Autor

Beatriz Schmidt, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com bolsa da CAPES. Psicóloga, Especialista em Saúde da Família e Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É integrante do Núcleo de Infância e Família (NUDIF) da UFRGS. Possui experiência nas áreas de Psicologia do Desenvolvimento Humano, Psicologia da Família e Psicologia da Saúde. Interessa-se principalmente por temas atinentes a Relações Familiares e Desenvolvimento Infantil.

Vitória Santos Arenhart, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS

Estudante de graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Possui especial interesse por avaliação psicológica, psicoterapia psicanalítica, desenvolvimento infantil, práticas parentais e psicologia jurídica. É membro do Grupo de Estudo, Aplicação e Pesquisa em Avaliação Psicológica (GEAPAP/UFRGS). Atualmente, realiza estágio em Psicologia Clínica no Instituto de Terapias Integradas de Porto Alegre (ITIPOA).

Rita de Cassia Sobreira Lopes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS

Possui graduação em Psicologia pela Universidade de Brasília (1982), Licenciatura em Psicologia pela Universidade de Brasília (1981) e doutorado em Psicologia pela University of London (1993). É Professora Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Está vinculada ao programa de pós-graduação em Psicologia, na área de Psicologia do Desenvolvimento, com ênfase em Desenvolvimento Emocional. Sua linha de pesquisa abarca, principalmente, os seguintes tópicos: desenvolvimento emocional primitivo, parentalidade, gestação, parto e puerpério. Site: http://www.ufrgs.br/nudif

Cesar Augusto Piccinini, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS

Doutor pela University of London (Inglaterra), com Pós-Doutorado na mesma Instituição; Mestre em Psicologia pela Universidade de Brasília; Psicólogo pela UFRGS. Professor Titular da UFRGS, atuando na Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado em Psicologia. Dedica-se à pesquisa sobre os aspectos subjetivos e comportamentais relacionados à interação pais-bebê/criança, com destaque para as relações familiares na infância, transição para a maternidade e paternidade e avaliação de intervenções precoces. As pesquisas e intervenções envolvem diferentes contextos de desenvolvimento infantil, tais como: prematuridade, depressão pós-parto, gravidez adolescente, malformação, doença crônica, HIV/Aids, problemas de comportamento, nascimento do segundo filho e ingresso na creche. Site: http://www.ufrgs.br/nudif; https://scholar.google.com.br/citations?user=opxAsoUAAAAJ&hl=pt-BR

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Publicado

2019-05-08

Como Citar

Schmidt, B., Arenhart, V. S., Lopes, R. de C. S., & Piccinini, C. A. (2019). Coparentalidade aos três meses de vida do bebê. Psico, 50(1), e28043. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2019.1.28043

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