Perfil Epidemiológico de Tentativas e Mortes por Suicídio em Município da Região Sul do Brasil

Autores

  • Vinícius Renato Thomé Ferreira Faculdade Meridional-IMED
  • Verônica Joana Salvi Trichês Consultório particular

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-8623.2014.2.13980

Palavras-chave:

Suicídio, psicopatologia, epidemiologia.

Resumo

O suicídio é a ação de tirar a própria vida de maneira voluntária e intencional, e o Brasil, de 1980 a 2000, registrou uma taxa média anual de 4,9/100.000 habitantes. Buscou-se estabelecer um perfil das tentativas e óbitos por suicídio num município da região sul do Brasil, entre agosto de 2010 e agosto de 2012. Os dados foram obtidos através das fichas de Notificações do SINAN. O município apresentou uma taxa de suicídios de 21,42/100.000, muito acima da taxa nacional. O maior número de pessoas que fizeram tentativas é do sexo feminino, entre 30-39 anos, casadas, raça/cor branca, escolaridade de 5ª a 8ª séries, industriárias, residem em área urbana, realizaram a tentativa em casa por envenenamento. Os suicídios tiveram predominância do sexo masculino, entre 30-39 anos, casados, raça/cor branca, escolaridade de 1ª a 4ª série e/ou ensino médio completo, atuam no comércio/serviços, residem área urbana, cometeram em suas residências por enforcamento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vinícius Renato Thomé Ferreira, Faculdade Meridional-IMED

Doutor em Psicologia pela pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2008), graduado em Psicologia pela Universidade de Passo Fundo (1998), especialista em Relações Familiares pela UPF (2002), e mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2003). Coordena a Escola de Psicologia da Faculdade Meridional (IMED). Foi professor da Universidade do Contestado e da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, campi Erechim e Santo Ângelo em nível de graduação. Realizou atendimentos psicológicos na clínica de 2000 a 2009. Tem experiência na área de psicologia, com ênfase em intervenção terapêutica, atuando principalmente nos seguintes temas: saúde, bioética, psicopatologia, psicologia evolucionista, psicologia cognitiva, avaliação psicológica e psicoterapia. Desenvolve trabalhos de divulgação científica e da psicologia e é membro da Sociedade Brasileira de Psicologia e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

Verônica Joana Salvi Trichês, Consultório particular

Psicóloga formanda do Curso de Psicologia da Faculdade Meridional - IMED. Tem experiência na área de Psicologia, tendo realizado estágios em Hospital Psiquiátrico, Saúde Pública e Psicoterapia Infantil.

Referências

Autry, A. E., & Monteggia, L. M. (2009). Epigenetics in Suicide and Depression. Biological Psychiatry, 66(9), 812-813. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.biopsych.2009.08.033

Barros, M. B. A., Oliveira, H. B., & Marin-Leon, L. (2004) Epidemiologia no Brasil. In: Werlang, B. S. G. & Botega, N. J. (Orgs.). Comportamento Suicida. Porto Alegre: Artmed. Chap. 3, 45-57.

Bezerra Filho, J., Werneck, G. L., Almeida, R. L. F., Oliveira, M. I. V., & Magalhães, F. B. (2012). Estudo ecológico sobre os possíveis determinantes socioeconômicos, demográficos e fisiográficos do suicídio no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, 1998-2002. Cadernos de Saúde Pública, 28(5), 833-844. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2012000500003

Burton, C. Z., & cols. (2011). Differential effects of executive functioning on suicide attempts. The Journal of Neuropsychiatry and Clinical Neurosciences, 23(2), 173-179.

Cassorla, R. M. (Org.). (1991). Do suicídio: estudos brasileiros. Campinas: Papirus.

Chachamovich, E., & cols. (2009). Quais são os recentes achados clínicos sobre a associação entre depressão e suicídio? Revista Brasileira de Psiquiatria, 31(I), 18-25. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462009000500004

Conwell, Y., & cols. (2010). Health status and suicide in the second half of life. International Journal of Geriatric Psychiatry, 25(4), 371-379. doi: 10.1002/gps.2348

Dias, M. L. (1991). Suicídio: testemunhos de adeus. São Paulo: Brasiliense.

Dumesnil, H., & Verger, P. (2009). Public Awareness Campaigns About Depression and Suicide: A Review. Psychiatric Services, 60(9), 1203-1213. doi: 10.1176/appi.ps.60.9.1203

Dutra, E., & Roehe, M. V. (2013). Suicídio de agricultores no Rio Grande do Norte: compreensão fenomenológica preliminar dos aspectos existenciais. Psicologia em Revista, 19(1), 108-118. doi: 10.5752/P.1678-9563.2013V19N1P108

Freitas, M. N. V., Seiwald, M. C. N., Parada, R. A., & Hubner, C. von K. (2013). Suicídio consumado na cidade de Sorocaba-SP: um estudo epidemiológico. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, 15(3), 53-58.

Gradus, J. L., & cols. (2010). Posttraumatic stress disorder and completed suicide. American journal of epidemiology, 171(6), 721-727. doi: 10.1093/aje/kwp456

Hovanesian, S., Isakov, I., & Cervellione, K. L. (2009). Defense mechanisms and suicide risk in major depression. Archives of suicide research: official journal of the International Academy for Suicide Research, 13(1), 74-86. doi: 10.1080/ 13811110802572171

Jeglic, E. L., & cols. (2005). History of family suicide behaviors and negative problem solving in multiple suicide attempters. Archives of suicide research: official journal of the International Academy for Suicide Research, 9(2), 135-46.

Johnson, F. W., Gruenewald, P. J., & Remer, L. G. (2009). Suicide and Alcohol: Do Outlets Play a Role? Alcohol Clinical and Experimental Research, 33(12), 2124-2133. doi: 10.1111/j.1530-0277.2009.01052.x

Kaplan, H., Sadock, B., & Grebb, J. (1997). Compêndio de Psiquiatria: ciência, comportamento e psiquiatria clínica (9ª ed.). Porto Alegre: Artes Médicas.

Lester, D. (2007). Challenges in preventing suicide. Death studies, 18(6), 623-639. doi: 10.1080/07481189408252705

Lovisi, G. M. & cols. (2009). Análise epidemiológica do suicídio no Brasil entre 1980 e 2006. Revista Brasileira de Psiquiatria, 31(II), S86-93. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462009000600007

Macente, L. B., & Zandonade, E. (2011). Estudo da série histórica de mortalidade por suicídio no Espírito Santo (de 1980 a 2006). Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 60(3), 151-157. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0047-20852011000300001

Meneghel, S. N., & Victora, C. G. (2004). Características epidemiológicas do suicídio no Rio Grande do Sul. Revista Saúde Pública, 38(6), 804-810. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102004000600008

Nader, I. W., Pietschnig, J., Niederkrotenthaler, T., Kapusta, N. D., Sonneck, G., & Voracek, M. (2011). Suicide Seasonality: Complex Demodulation as a Novel Approach in Epidemiologic Analysis. PLOS One, 6(2). doi: 10.1371/journal.pone.0017413.

OPAS (2009). Prevenção ao suicídio: Manual dirigido a profissionais da saúde da Atenção Básica. Ministério da Saúde – Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde e UNICAMP.

Orellana, J. D. Y., Basta, P. C., & Souza, M. L. P. (2013). Mortalidade por Suicídio: um enfoque em municípios com alta proporção de população autodeclarada indígena no Estado do Amazonas, Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, 16(3), 658-669. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2013000300010

Podgorski, C. A., & cols. (2010). Suicide prevention for older adults in residential communities: implications for policy and practice. PLoS Medicine, 7(5), e1000254. doi:10.1371/journal.pmed.1000254

Pordeus, A. M. J., & cols. (2009). Tentativas e óbitos por suicídio no município de Independência, Ceará, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 14(5), 1731-1740. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232009000500014.

Roy, A. (2006). Family history of suicide and impulsivity. Archives of suicide research: official journal of the International Academy for Suicide Research, 10(4), 347-52.

Sansone, R. A., Kelley, A. R., & Forbis, J. S. (2013). The relationship between forgiveness and history of suicide attempt. Mental Health, Religion and Culture, 16(1), 37-41. doi:10.1080/ 13674676.2011.643860

Santos, S. A., & cols. (2009). Prevalência de transtornos mentais nas tentativas de suicídio em um hospital de emergência no Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 25(9), 2064-2074. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2009000900020

Santos, S. A., Legay, L. F., & Lovisi, G. M. (2013). Substâncias tóxicas e tentativas e suicídios: considerações sobre acesso e medidas restritivas. Cadernos de Saúde Coletiva, 21(1), 53-61. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1414-462X2013000100009

Schneider, B. (2009). Substance use disorders and risk for completed suicide. Archives of suicide research: official journal of the International Academy for Suicide Research, 13(4), 303-16. doi: 10.1080/13811110903263191

Scwartz, K. A., & cols. (2010). Attitudes and beliefs of adolescents and parents regarding adolescent suicide. Pediatrics, 125(2), 221-227. doi: 10.1542/peds.2008-2248

Sehnem, S. B., & Palosqui, V. (2011). Suicídio, uma questão de saúde pública: características epidemiológicas do suicídio no Estado de Santa Catarina. Unoesc & Ciência – ACHS, 2(2), 206-217.

Søndergård, L., & cols. (2007). Continued antidepressant treatment and suicide in patients with depressive disorder. Archives of suicide research: official journal of the International Academy for Suicide Research, 11(2), 163-175.

Souza, V. S. & cols. (2011). Tentativas e mortalidade por suicídio em um município do interior da Bahia. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 60(4), 294-300. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0047-20852011000400010

Sublete, M. E., & cols. (2009). Substance Use Disorders and Suicide Attempts in Bipolar Subtypes. Journal of Psychiatric Research, 43(3), 230-238. doi: 10.1016/j.jpsychires.2008.05.001

Turecki, G. (1999). O suicídio e sua relação com o comportamento impulsivo-agressivo. Revista Brasileira de Psiquiatria, 21(2), 18-22. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44461999000600006

Värnik, P. (2012). Suicide in the world. International journal of environmental research and public health, 9(3), 760-771. doi: 10.3390/ijerph9030760

Viana, G. N., Zenker, F. M., Sakae, T. M., & Escobar, B. T. (2008). Prevalência de suicídio no Sul do Brasil, 2001-2005. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 57(1). Rio de Janeiro, 38-43. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0047-20852008000100008

Vidal, C. E. L., Gontijo, E. C. D. M., & Lima, L. A. (2013). Tentativas de suicídio: fatores prognósticos e estimativa do excesso de mortalidade. Cadernos de Saúde Pública, 29(1), 175-187. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2013000100020

Werlang, B. S. G., & Botega, N. J. (Org.). (2004). Comportamento Suicida. Porto Alegre: Artmed.

Zhang, J., & cols. (2009). Exposition aux pesticides et idées suicidaires dans les communautés rurales de la province du Zhejiang en Chine. Bulletin of the World Health Organization, 87(10), 745-753. doi: 10.2471/BLT.08.054122

Downloads

Publicado

2014-08-19

Como Citar

Thomé Ferreira, V. R., & Trichês, V. J. S. (2014). Perfil Epidemiológico de Tentativas e Mortes por Suicídio em Município da Região Sul do Brasil. Psico, 45(2), 219–227. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2014.2.13980

Edição

Seção

Artigos