A febre tifoide no Rio Grande do Sul da Primeira República: uma doença com história

Autores

  • Fabiano Quadros Ruckert Professor Adjunto na UFMS, Campus Pantanal.
  • Leonor Baptista Schwartsmann Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.15448/21778-3748.2018.2.26913

Palavras-chave:

febre tifóide - Rio Grande do Sul - Primeira República

Resumo

O objetivo deste texto consiste em abordar a história da febre tifóide no Rio Grande do Sul da Primeira República. Partindo da premissa de que a febre tifóide era considerada como um importante indicativo das condições sanitárias da população, pretendemos explorar as relações entre a doença, a higiene pública e as políticas de saneamento implantadas pelo governo estadual sul rio-grandense no período entre 1889 e 1930. Na introdução do artigo, abordamos o quadro sanitário do Rio Grande do Sul e destacamos a presença da febre tifóide nos documentos da Diretoria de Higiene do Estado; posteriormente, analisamos quatro casos epidêmicos da doença e exploramos os procedimentos adotados pelo poder público para reduzir os índices provocados pela Salmonella Typhi. Finalizando o artigo, abordamos a expansão das ações do Estado na área do saneamento – expansão materializada na criação de sistemas modernos de abastecimento de água e na implantação de redes de esgoto em cidades sul rio-grandenses.

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Publicado

2018-12-18

Como Citar

Ruckert, F. Q., & Baptista Schwartsmann, L. (2018). A febre tifoide no Rio Grande do Sul da Primeira República: uma doença com história. Oficina Do Historiador, 11(2), 57–75. https://doi.org/10.15448/21778-3748.2018.2.26913

Edição

Seção

Artigos