A presença do autor em Finisterra, de Carlos de Oliveira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4276.2019.2.34948

Palavras-chave:

Autor. Finisterra. Carlos de Oliveira.

Resumo

Movimentos como o formalismo russo, o new criticism e o estruturalismo francês defendiam que critérios como autor e intenção deveriam ser varridos do horizonte crítico para instaurar-se a condição de objetividade necessária ao estudo científico das obras literárias. Entretanto, em última instância, nossa experiência de leitores continua a nos dizer que tais critérios desempenham papel importante na construção do significado das obras. Nessa breve leitura de Finisterra, de Carlos de Oliveira, narrativa complexa, que à primeira vista enfraquece os sinais de autoria, propomos uma “via intermediária” para a abordagem da categoria autor. Quer dizer, evitamos, por um lado, o que W.K. Wimsatt (1946) chama a falácia intencional, “que sustenta a intenção do autor como critério para qualquer interpretação válida do texto”, e, por outro, o que Paul Ricoeur designa por “falácia do texto absoluto”, isto é, “o tratamento do texto como uma entidade sem autor” (RICOEUR, 1976, p. 42).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Giseli Seeger, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Mestranda em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da UFSM

Referências

BOOTH, Wayne C. A retórica da ficção. Lisboa: Editora Arcádia, 1980.

ECO, Umberto. Obra aberta: forma e indeterminação nas poéticas contemporâneas. São Paulo: Perspectiva, 2015.

GENETTE, Gérard. Nouveau discours du récit. Paris: Seuil, 1983. https://doi.org/10.2307/1772332

GUERREIRO, António. A textualização do real (a partir de Finisterra de Carlos de Oliveira), Colóquio/Letras, Lisboa, v. 1, n. 104/105, p. 79-84, jul. 1988.

JANNIDIS, Fotis. “Author”. In: HERMAN, David; JAHN, Manfred; RYAN, Marie-Laure (org.). Routledge Encyclopedia of Narrative Theory. London-New-York: Routledge, 2005. p. 85-86. https://doi.org/10.1177/09639470070100050603

KINDT, Tom; MÜLLER, Hans Harald. The implied author. Concept and controversy. Berlim: Gruyter, 2006. https:// doi.org/10.1515/arbi.2008.084

LANDA, José Ángel García. Perspectiva. In: LANDA, José Ángel García. Acción, relato, discurso: estructura de la ficción narrativa. Salamanca: Ediciones Universidad Salamanca, 1998. p. 184-192.

LEPECKI, Maria Lúcia. “Carlos de Oliveira: entre narrativa e poesia”. In.

LEPECKI, Maria Lúcia. Meridianos do texto. Lisboa: Assírio e Alvim, 1979. p. 203-213.

MARTELO, Rosa Maria. Casas destruídas. A revisitação de Casa na duna em Finisterra de Carlos de Oliveira. Línguas e Literaturas: Revista da Faculdade de Letras, Porto, v. 18, p. 251-260, 2000. https://doi.org/10.17771/pucrio.acad.16081

MOURÃO, Luís. O Agrimensor da sombra. In: MOURÃO, Luís. Um romance de impoder. A paragem da história na ficção portuguesa contemporânea. Braga-Coimbra: Angelus Novus, 1996. p. 267-302.

OLIVEIRA, Carlos de. Finisterra. Paisagem e Povoamento. Lisboa: Assírio e Alvim, 2003.

RICOEUR, Paul. Teoria da interpretação. O discurso e o excesso de significação. Lisboa: Edições 70, 1976.

ROBBE-GRILLET, Alain. Por um novo romance. São Paulo: Documentos, 1969.

SEIXO, Maria Alzira. Escrever a terra – sobre a inscrição do espaço no romance português contemporâneo. In: SEIXO, Maria Alzira. A palavra do romance: ensaios de genologia e análise. Lisboa: Livros Horizonte, 1986. p. 69-81. https://doi. org/10.3726/978-3-0352-6554-5/10

Downloads

Publicado

2020-01-06

Como Citar

Seeger, G. (2020). A presença do autor em Finisterra, de Carlos de Oliveira. Navegações, 12(2), e34948. https://doi.org/10.15448/1983-4276.2019.2.34948

Edição

Seção

Ensaios