O vazio da cidade e os afetos dos lugares em Poema sujo de Ferreira Gullar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2017.2.26411

Palavras-chave:

Cidade. Modernidade. Poema sujo

Resumo

Este trabalho propõe analisar a relação entre homem e cidade com ênfase nos espaços de referência na obra Poema sujo, de Ferreira Gullar. Para tanto, levamos em conta a distância temporal entre o contexto da cidade provinciana, das vivências do sujeito poético e da urbe, remodelada pelo progresso. Nessa conjuntura, a cidade passara a ser marcada pela visão fragmentada e por formas diferentes de convivência: os fios da rede de relações ancorados no espírito coletivo se desprenderam, gerando, no contexto urbano, desenraizamento, perda de referência, individualização e esfacelamento da memória. É nesse contexto de fluidez, de valorização do efêmero, cuja regra é a rapidez e tudo parece descartável, que a cidade se molda. As rupturas se desdobram em desmedidos deslocamentos, lacunas e desamparos.

 

 

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Biografia do Autor

Silvana Maria Pantoja dos Santos, Universidade Estadual do Piauí

Dra. em Teoria Literária pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Professora de Literaturas de Língua Portuguesa e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual do Maranhão  - UEMA e da Universidade Estadual do Piauí - UESPI. Atua nas linhas de pesquisa Literatura, espaço e memória.

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Publicado

2018-03-23

Como Citar

dos Santos, S. M. P. (2018). O vazio da cidade e os afetos dos lugares em Poema sujo de Ferreira Gullar. Letrônica, 10(2), 903–913. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2017.2.26411