A literatura sob o signo de Caim: os gênios malditos

Autores

  • Gustavo Ramos de Souza Universidade Estadual de Londrina

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2015.2.19955

Palavras-chave:

Poetas malditos, Melancolia, Gênio, Romantismo, Modernidade.

Resumo

O presente ensaio tem por objetivo delinear um percurso mítico e histórico da poesia enquanto maldição, buscando relacionar a parábola de Abel e Caim ao ethos da literatura moderna. Para tanto, em um primeiro momento, a ideia é verificar de que modo os poetas são descendentes de Caim, o fratricida proscrito. Em um segundo momento, buscamos identificar uma relação entre o gênio criador e a melancolia/doença. Por fim, analisando os casos de Balzac e Rimbaud, é possível notar alguns motivos da poesia maldita: orgulho, revolta, satanismo e melancolia. Ressalta-se que ao discurso literário e ao teórico será dado o mesmo valor, ou seja, a poesia assume o estatuto de teoria, e vice-versa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARISTÓTELES. O homem de gênio e a melancolia: o problema XXX. Trad. Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Lacerda, 1998.

AUERBACH, Erich. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 2004. 17 Diante da hesitação de Caim, Lúcifer o exorta: “Fear not – without me thou couldst not have gone beyond thy world” (BYRON, 1830, p. 229).

BALZAC, Honoré. Prefácio à Comédia Humana. In: ______. A Comédia Humana: estudos de costumes: cenas da vida privada. 3. ed. Trad. Vidal de Oliveira. São Paulo: Globo, 2012.

BARTHES, Roland. O grau zero da escritura: seguido de novos ensaios críticos. Trad.: Mário Laranjeira. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

BATAILLE, Georges. A literatura e o mal. Trad. Suely Bastos. Porto Alegre: L&PM, 1989.

BENJAMIN, Walter. Origem do drama barroco alemão. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1984.

______. Passagens. Trad. Irene Aron e Cleonice Paes Barreto Mourão. Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa oficial do Estado de São Paulo, 2006.

______. Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem do homem. In:______. Escritos sobre mito e linguagem. Organização, apresentação e notas de Jeanne-Marie Gagnebin. Trad. de Susana Kampff Lages e Ernani Chaves. São Paulo: Editora 34; Duas Cidades, 2011.

BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. 36. ed. Trad. Ludovico Garmus. Petrópolis: Vozes, 1982.

BYRON, George Gordon. Cain, a mystery. London: William Crofts, 1830.

FRANCE, Anatole. Balzac, príncipe do mal. In: BALZAC, Honoré de. A Comédia Humana. São Paulo: Globo, 1954. Vol. 6.

MANN, Thomas. A Montanha Mágica. Trad. Herbert Caro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.

______. Doutor Fausto: a vida do compositor alemão Adrian Leverkühn narrada por um amigo. Trad. Herbert Caro. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

______. Tonio Kroeger/A Morte em Veneza. Trad. Maria Deling. São Paulo: Abril Cultural, 1971. Coleção: Os Imortais da Literatura Universal.

NUNES, Benedito. A visão romântica. In: GUINSBURG, J. (Org.). O romantismo. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1993. p. 51-73.

PAZ, Octavio. A dupla chama: amor e erotismo. Trad. Wladyr Dupont. São Paulo: Siciliano, 1994.

______. Os filhos do barro: do romantismo à vanguarda. Trad. Ari Roitman e Paulina Wacht. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

RIMBAUD, Arthur. Uma Estadia no Inferno. In: ______. Prosa poética. Trad. Ivo Barroso. Rio de Janeiro: Topbooks, 1998.

RIMBAUD, Arthur. Carta a Paul Demeny. In: ______. Correspondências. Trad. Ivo Barroso. Rio de Janeiro: Topbooks, 2009.

ROLLAND, Romain. Jean-Christophe 3. Trad. Vidal de Oliveira e Carlos Dante de Moraes. 5. ed. Porto Alegre; Rio de Janeiro: Globo, 1986.

RÓNAI, Paulo. A vida de Balzac. In: BALZAC, Honoré. A Comédia Humana: estudos de costumes: cenas da vida privada. Trad. Vidal de Oliveira. Rio de Janeiro: Globo, 1989.

Downloads

Publicado

2015-11-06

Como Citar

Souza, G. R. de. (2015). A literatura sob o signo de Caim: os gênios malditos. Letrônica, 8(2), 494–506. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2015.2.19955