Acento secundário e epêntese vocálica no português do sul do Brasil

Autores

  • Evellyne Sousa Costa UFSM/Departamento de Letras Clássicas e Linguística
  • Tatiana Keller UFSM/Departamento de Letras Clássicas e Linguística

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2014.2.17629

Palavras-chave:

Acento Secundário, Epêntese Vocálica, Português Brasileiro, Análise Fonológica.

Resumo

A observação de que o acento secundário ocorre na pauta pretônica, um dos contextos mais favorecedores para a ocorrência de epêntese, conforme análises variacionistas, como a de Collischonn (2002), e de que a epêntese cria uma sílaba a mais nessa posição parece indicar que possa haver uma correlação entre a incidência desse fenômeno e esse tipo de acento. Collischonn (1994) e Moraes (2003) identificam duas tendências em relação ao acento secundário em português: proeminência inicial e alternância binária entre sílabas fracas e fortes. Quando uma palavra tem número par de sílabas pretônicas essas duas tendências podem ser atendidas simultaneamente; o mesmo não ocorre quando o número de sílabas é ímpar. Neste trabalho, investiga-se a possibilidade de ocorrer mais epêntese vocálica em palavras com número ímpar de sílabas pretônicas para atender às duas tendências para a incidência de acento secundário e também analisa-se a localização desse acento em palavras com esse número de sílabas com e sem inserção vocálica. A amostra selecionada constitui-se de 8 entrevistas, pertencentes ao Banco de Dados VARSUL, realizadas na cidade de Porto Alegre com informantes do sexo masculino e feminino, nas faixas etárias mais de 50 anos e menos de 50 anos e escolaridade superior.

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Referências

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Publicado

2015-02-10

Como Citar

Costa, E. S., & Keller, T. (2015). Acento secundário e epêntese vocálica no português do sul do Brasil. Letrônica, 7(2), 551–568. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2014.2.17629

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