Nacionalidade e democracia: pensando com e contra Marilena Chaui

Autores

  • Gustavo Hessmann Dalaqua Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4012.2018.2.31912

Palavras-chave:

nacionalidade, democracia, Marilena Chaui, conflito, paridade participativa, ideologia da competência, John Stuart Mill

Resumo

Mediante engajamento crítico com os escritos de Marilena Chaui sobre democracia e nacionalidade, o artigo defende que a nacionalidade é conducente à democracia na medida em que é capaz de criar um grau mínimo de união entre os cidadãos que os permite negociar os vários conflitos que os dividem sem pôr em questão a paridade participativa e o igual pertencimento de todos a um mesmo demos. Após reconstruir a crítica de Chaui à “nacionalidade”, o artigo localiza uma passagem em que a própria filósofa redefine o termo de modo a torná-lo compatível com a democracia. A nacionalidade é compatível com a democracia quando, longe de impor uma representação homogênea e estática do povo que asfixia o conflito e denega a paridade participativa, opera como um referente dinâmico que permite aos cidadãos participar igualmente da política e negociar sem violência os conflitos que os dividem, evitando assim que os diferentes grupos políticos do demos se desintegrem em diferentes demoi. Subscrevendo a definição de Chaui da democracia, o artigo recorre à articulação entre nacionalidade e democracia feita por pensadores políticos das eras moderna e contemporânea (tais quais John Stuart Mill, Friedrich Hertz e David Miller) e sugere que é justamente porque o conflito é um produto inevitável da convivência democrática que a existência de um grau mínimo de união e igualdade entre os cidadãos é indispensável para a manutenção da democracia. Ao satisfazer semelhante exigência, a nacionalidade pode ser considerada conducente à consolidação de uma democracia ao longo do tempo.

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Publicado

2018-12-13

Como Citar

Dalaqua, G. H. (2018). Nacionalidade e democracia: pensando com e contra Marilena Chaui. Intuitio, 11(2), 137–148. https://doi.org/10.15448/1983-4012.2018.2.31912