Matraga revisitado: itinerário, destino, destinerrâncias

Autores

  • Sérgio Luiz Prado Bellei UFMG

Palavras-chave:

Guimarães Rosa, Teoria da narrativa, Pós-estruturalismo

Resumo

Lido sob a ótica do narrador de focalização zero, “A hora e a vez de Augusto Matraga” apresenta ao leitor o itinerário do protagonista: uma jornada linear de sofrimentos, provações, transformações que conduzem a um destino final que pretende conciliar em harmonia os caminhos e descaminhos do percurso. Atenta a essa perspectiva oferecida pelo narrador, a crítica maior de Guimarães Rosa entende a estória de Nhô Augusto como uma narrativa cristã de ascese em três etapas que, embora definidas de formas diversas, poderia ser pensada em termos de pecado, penitência e redenção. O presente trabalho pretende explorar a dimensão de desvios e rupturas que perturbam esse trajeto linear e nele deixam marcas de ambiguidades e incertezas profundas. Lido dessa forma, o texto apresenta ao leitor, para além de um destino bem definido, o que Jacques Derrida chama de “destinerrâncias”: um destino que tenta, sem sucesso, negar veredas alternativas capazes, no limite, de comprometer o final feliz da narrativa de ascese.

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Como Citar

Bellei, S. L. P. (2012). Matraga revisitado: itinerário, destino, destinerrâncias. Letras De Hoje, 47(2), 146–156. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/11311

Edição

Seção

Guimarães Rosa e a Crítica Literária