Perfil da prescrição de medicamentos para o diabetes mellitus tipo 2 de um município paulista

Autores

  • Julieta Ueta Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
  • Sílvia Ferreira Lima Cavalheiro Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Campus Araraquara
  • Anali Duarte Ortigoso Carbi Prefeitura Municipal de Limeira, São Paulo
  • Daniela Yumi Takata Instituto Butantan
  • Laercio Joel Franco Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
  • Rinaldo Eduardo Machado de Oliveira Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-652X.2018.2.29288

Palavras-chave:

diabetes mellitus, doença crônica, tratamento farmacológico, prescrições de medicamentos, estratégia saúde da família.

Resumo

Objetivo: Analisar as prescrições de medicamentos para o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) considerando as atuais recomendações clínicas, em Unidades de Saúde da Família de Ribeirão Preto, São Paulo.

Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo realizado por meio da análise de prontuários das pessoas com DM2 usuárias de medicamentos. O tamanho da amostra calculado foi de 150 participantes. Foram obtidos os dados sociodemográficos, clínicos, medicamentos prescritos e resultado do teste laboratorial de hemoglobina glicada.

Resultados: A maioria dos indivíduos pertencia ao sexo feminino (61,3%) e a média de idade foi de 66,4 anos. O controle glicêmico apresentou-se inadequado em 75,3% dos participantes, com hemoglobina glicada média de 8,8%. A média de medicamentos prescritos para o tratamento do DM2 foi de 1,7. Nas pessoas com idade inferior a 60 anos predominou a prescrição de sulfonilureias. Dentre os idosos, predominou a prescrição de metformina, seguido pelas sulfonilureias e insulina, respectivamente. Observou-se associação entre o controle glicêmico inadequado e pessoas em uso de terapia oral combinada [OR=0,32 (IC95% 0,12; 0,80)] e insulinoterapia isolada ou em associação com antidiabético oral [OR=0,05 (IC95% 0,01; 0,18)]. Além disso, evidenciou-se associação entre o controle glicêmico inadequado e pessoas com dois [OR=0,3 (IC95% 0,13; 0,67)] ou três [OR=0,08 (IC95% 0,01; 0,70)] medicamentos prescritos.

Conclusão: O controle glicêmico apresentou-se inadequado na maioria dos participantes. A monoterapia foi o tratamento mais frequente, embora, uma parcela considerável estudada usasse sulfonilureia em monoterapia, o que está em desacordo com as atuais diretrizes preconizadas para o tratamento do DM2.

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Publicado

2018-08-21

Edição

Seção

Artigos Originais