Uso de rastreadores para detecção de eventos adversos aos medicamentos em hospital universitário
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-652X.2016.3.24345Palavras-chave:
Sistemas de Notificação de Reações Adversas a Medicamentos. Monitoramento de Medicamentos. Hospitais. Hospitalização.Resumo
Objetivo: Identificar eventos adversos a medicamentos (EAM) em pacientes adultos internados nas clínicas médica e cirúrgica em um hospital universitário, bem como caracterizar esses eventos.
Materiais e Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo em um hospital universitário. A amostra foi constituída pelos prontuários dos pacientes internados nas clínicas médica e cirúrgica entre outubro de 2010 e janeiro de 2011. Para identificação dos EAM aplicou-se um conjunto de rastreadores que são condições que podem indicar que um EAM ocorreu e tornam a revisão do prontuário mais objetiva e direcionada. Esses rastreadores podem ser um exame laboratorial alterado, o uso de um antídoto, ou uma condição clínica.
Resultados: O grupo de estudo foi constituído de 263 pacientes, dos quais 58 (22,1%) tiveram ao menos um EAM durante a internação e 83 EAM foram identificados, resultando em uma taxa de 31,5 EAM por 100 pacientes. Os eventos mais frequentes foram náusea e vômito, erupções cutâneas e prurido e hipocalemia. Quanto aos medicamentos imputados o tramadol foi o mais frequentemente relacionado aos eventos. Os eventos foram mais presentes em pacientes com internação com caráter de urgência/emergência, que possuíam uma ou mais comorbidades. Ainda, pacientes com eventos apresentaram um tempo médio de internação mais prolongado.
Conclusão: O uso de rastreadores para identificar EAM apresenta-se como estratégia útil, com a qual foi possível identificar que 22,1% dos pacientes apresentaram EAM durante a internação. Tal estratégia de identificação de eventos é passível de ser implementada pelos núcleos de segurança do paciente de instituições hospitalares.
Referências
SP-SQS - Committee of Experts on Management of Safety and Quality in Health Care. Expert group on safe medication practices. Glossary of terms related to patient and medication safety [Internet]. WHO; 2005 [cited 2016 Jun 21]. Available from: http://www.who.int/patientsafety/highlights/COE_patient_and_medication_safety_gl.pdf
Kohn LT, Corrigan JM, Donaldson MS. To Err Is Human: building a safer health system. Washington, DC: IOM; 2000.
Pirmohamed M, James S, Meakin S, Green C, Scott AK, Walley TJ, Farrar K, Park BK, Breckenridge AM. Adverse drug reactions as cause of admission to hospital: prospective analysis of 18 820 patients. BMJ. 2004;329(7456):15-9. http://dx.doi.org/10.1136/bmj.329.7456.15
Martins AC, Giordani F, Rozenfeld S. Adverse drug events among adult inpatients: a meta-analysis of observational studies. J Clin Pharm Ther. 2014;39(6):609-20. http://dx.doi.org/10.1111/jcpt.12204
Griffin FA, Resar RK. IHI Global Trigger Tool for Measuring Adverse Events [Internet]. Cambridge: Institute for Healthcare Improvement; 2009. [cited 2016 Jun 21]. Available from: http://www.ihi.org
Hougland P, Xu W, Pickard S, Masheter C, Williams SD. Performance of International Classification Of Diseases, 9th Revision, Clinical Modification codes as an adverse drug event surveillance system. Med Care. 2006;44(7):629-36. http://dx.doi.org/10.1097/01.mlr.0000215859.06051.77
Rozenfeld S. Drug adverse events in hospitals in the State of Rio de Janeiro, Brazil. Rev Saude Publ. 2007;41(1):108-15. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102006005000012
Cox AR, Anton C, Goh CH, Easter M, Langford NJ, Ferner RE. Adverse drug reactions in patients admitted to hospital identified by discharge ICD-10 codes and by spontaneous reports. Br J Clin Pharmacol. 2001;52(6):337-9. http://dx.doi.org/10.1046/j.0306-5251.2001.01454.x
Lugardon S, Desboeuf K, Fernet P, Montastruc JL, Lapeyre-Mestre M. Using a capture-recapture method to assess the frequency of adverse drug reactions in a French university hospital. Br J Clin Pharmacol. 006;62(2):225-31. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.2006.02633.x
Romero AV, Malone DC. Accuracy of adverse-drug-event reports collected using an automated dispensing system. Am J Health Syst Pharm. 2005;62(13):1375-80. http://dx.doi.org/10.2146/ajhp040345
Otero MJ, Dominguez-Gil A. Drug-induced adverse avents. An emerging pa-thology. Farm Hosp. 2000;24:258-66.
Institute for Healthcare Improvement. Trigger tool for measuring adverse drug events [Internet]. Cambridge, MA: IHI; 2004. [cited 2015 Dez 07]. Available from: http://www.ihi.org/NR/rdonlyres/8D970CE4-
BF8C-4F35-9BC1-51358FC8B43F/2222/TriggerToolforMeasuringAdverseDrugEventsCorrected1.pdf
Senst BL, Achusim LE, Genest RP, Cosentino LA, Ford CC, Little JA, Raybon SJ, Bates DW. Practical approach to determining costs and frequency of adverse drug events in a health care network. Am J Health Syst Pharm. 2001;58(12):1126-32.
Resar RK, Rozich JD, Classen D. Methodology and rationale for the measurement of harm with trigger tools. Qual Saf Health Care. 2003; 12 Suppl 2:ii39-45. http://dx.doi.org/10.1136/qhc.12.suppl_2.ii39
Forster AJ, Halil RB, Tierney MG. Pharmacist surveillance of adverse drug events. Am J Health Syst Pharm. 2004;61(14):1466-72.
Giordani F, Rozenfeld S, de Oliveira DF, da Silva Versa GL, Terencio JS, Caldeira Lde F, Gonçalves de Andrade LC. Vigilância de eventos adversos a medicamentos em hospitais: aplicação e desempenho de rastreadores. Rev Bras Epidemiol. 2012;15(3):455-67. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2012000300002
Handler SM, Altman RL, Perera S, Hanlon JT, Studenski SA, Bost JE, Saul MI, Fridsma DB. A systematic review of the performance characteristics of clinical event monitor signals used to detect adverse drug events in the hospital setting. J Am Med Inform Assoc. 2007;14(4):451-8. http://dx.doi.org/10.1197/jamia.M2369
Tribi-o G, Maldonado C, Segura O, Díaz J. Costos directos y aspectos clínicos de las reacciones adversas a medicamentos en pacientes hospitalizados en el servicio de medicina interna de una instituición de tercer nivel de Bogotá. Biomedica. 2006;26(1):31-41. http://dx.doi.org/10.7705/biomedica.v26i1.1392
Schade CP, Hannah K, Ruddick P, Starling C, Brehm J. Improving self-reporting of adverse drug events in a West Virginia hospital. Am J Med Qual. 2006;21(5):335-41. http://dx.doi.org/10.1177/1062860606291322
Weingart SN, Toth M, Eneman J, Aronson MD, Sands DZ, Ship AN, Davis RB, Phillips RS. Lessons from a patient partnership intervention to prevent adverse drug events. Int J Qual Health Care. 2004;16(6):499-507. http://dx.doi.org/10.1093/intqhc/mzh083
Davies EC, Green CF, Mottram DR, Pirmohamed M. Adverse drug reactions in hospital in-patients: a pilot study. J Clin Pharm Ther. 2006;31(4):335-41. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2710.2006.00744.x
Hwang SH, Lee S, Koo HK, Kim Y. Evaluation of a computerbased adverse-drug-event monitor. Am J Health Syst Pharm. 2008;65(23):2265-72. http://dx.doi.org/10.2146/ajhp080122
Silva DC, Araujo OR, Arduini RG, Alonso CF, Shibata AR, Troster EJ. Adverse drug events in a pediatric intensive care unit: a prospective cohort. BMJ Open. 2013;3(2).pii:e001868. http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2012-001868
Classen DC, Pestotnik SL, Evans RS, Burke JP. Computerized surveillance of adverse drug events in hospital patients. JAMA. 1991;266(20):2847-51. http://dx.doi.org/10.1001/jama.1991. 03470200059035
Sánchez Mu-oz-Torrero JF, Barquilla P, Velasco R, Fernández Capitan Mdel C, Pacheco N, Vicente L, Chicón JL, Trejo S, Zamorano J, Lorenzo Hernandez A. Adverse drug reactions in internal medicine units and associated risk factors. Eur J Clin Pharmacol. 2010;66(12):1257-64. http://dx.doi.org/10.1007/s00228-010-0866-6
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
DIREITOS AUTORAIS
A submissão de originais para a Ciência & Saúde implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Ciência & Saúde como o meio da publicação original.
LICENÇA CREATIVE COMMONS
Em virtude de ser uma revista de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações científicas e educacionais, desde que citada a fonte. De acordo com a Licença Creative Commons CC-BY 4.0, adotada pela Ciência & Saúde o usuário deve respeitar os requisitos abaixo.
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercialmente.
Porém, somente de acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira que a Ciência & Saúde apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Avisos:
Você não tem de cumprir com os termos da licença relativamente a elementos do material que estejam no domínio público ou cuja utilização seja permitida por uma exceção ou limitação que seja aplicável.
Não são dadas quaisquer garantias. A licença pode não lhe dar todas as autorizações necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, tais como direitos de imagem, de privacidade ou direitos morais, podem limitar o uso do material.
Para mais detalhes sobre a licença Creative Commons, siga o link no rodapé desta página eletrônica.