Fatores associados ao consumo de medicamentos de idosas de um município do Sul do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-652X.2019.1.32536

Palavras-chave:

envelhecimento, saúde do idoso, comorbidade, uso de medicamentos.

Resumo

Objetivo: Analisar os fatores associados à quantidade total de medicamentos consumidos por mulheres idosas que frequentam grupos sociais para idosos.

Materiais e Métodos: Estudo epidemiológico transversal, realizado com mulheres idosas cadastradas na Fundação Municipal de Desenvolvimento Social, na cidade de Tubarão, no sul do Brasil. As variáveis sociodemográficas e de estado de saúde foram avaliadas por meio de questionários aplicados durante as entrevistas e por avaliação antropométrica. O consumo de medicamentos foi avaliado por questionários, análise das receitas médicas e caixas dos medicamentos consumidos. O nível de atividade física foi avaliado pelo Questionário Baecke Modificado para Idosos. A qualidade de vida foi avaliada por meio do questionário World Health Organization Quality of Life-Old.

Resultados: A prevalência de consumo de pelo menos um medicamento foi identificada em 98,7% das idosas participantes, com média de 5,33 medicamentos consumidos por pessoa. A polifarmácia (>5 medicamentos) ocorreu em 43,8% dos casos. Na análise ajustada houve associação entre o consumo de medicamentos e ingestão de álcool (p=0,047), quantidade de consultas médicas por ano (p=0,001), consultas médicas privadas (p=0,011), diagnóstico de hipertensão arterial (p<0,001), diabetes mellitus (p=0,006), osteoporose (p=0,003) e densitometria óssea (p=0,031).

Conclusão: O estudo concluiu que o consumo de medicamentos foi elevado entre as idosas. Além disso, um maior consumo de medicamentos foi associado ao diagnóstico de hipertensão arterial, diabetes mellitus e osteoporose. Aqueles que consumiram um maior número de medicamentos, procuraram tratamento médico privado e visitaram um médico três ou mais vezes por ano.

Biografia do Autor

Fabricio de Souza, Universidade do Sul de Santa Catarina

Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde, Doutorado

Referências

World Health Organization. Global Health Observatory (GHO) data: Life expectancy [Internet]. Geneva: WHO; 2017 [capturado em 26 nov. 2017]. Disponível em: http://www.who.int/gho/mortality_ burden_disease/life_tables/situation_trends_text/en/

Virtuoso JF, Mazo GZ, Menezes EC, Cardoso AS, Dias RG, Balbé GP. Morbidity profile and the standard of access to health services for elderly practitioners of physical activities. Ciênc Saúde Coletiva. 2012;17(1):23-31.

Veras R. Population aging today: demands, challenges and innovations. Rev Saúde Pública. 2009;43(3):548-54.

Neves SJF, Marques AP, Leal MC, Diniz AS, Medeiros TS, Arruda IK. Epidemiology of medication use among the elderly in an urban area of Northeastern Brazil. Rev Saúde Pública. 2013;47(4):759-68.

Lima TJV, Garbin CA, Garbin AJ, Sumida DH, Saliba O. Potentially inappropriate medications used by the elderly: prevalence and risk factors in Brazilian care homes. BMC Geriatr. 2013;13:52.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades@ – Tubarão – População e domicílios – Censo 2014 [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2017 [capturado em 26 nov. 2017]. Disponível em: http:// www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=421870

Loyola Filho AI, Uchoa E, Lima-Costa MF. A population-based study on use of medication by the elderly in Greater Metropolitan Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil. Cad Saúde Pública. 2006;22(12):2657-67.

Sheikh JI, Yesavage JA. Geriatric depression scale (GDS): recent evidence and development of a shorter version. Clin Gerontol. 1986;5(1-2):165-73.

Paradela EMP, Lourenço RA, Veras RP. Validation of geriatric depression scale in a general outpatient clinic. Rev Saúde Pública. 2005;39(6):918-23.

The World Health Organization Quality of Life Assessment (WHOQOL): development and general psychometric properties. Soc Sci Med. 1998;46(12):1569-85.

Chachamovich E, Trentini CM, Fleck MPA, Schmidt S, Power M. Desenvolvimento do instrumento WHOQOL-OLD. In: Fleck MPA organizador. A avaliação de qualidade de vida: guia para profissionais da saúde. Porto Alegre: Artmed; 2008.

Mazo GZ, Mota J, Benedetti TB, Barros MVG. Concurrent validity and reliability (test-retest) of modified Baecke questionnaire for older adults. Rev Bras Ativ Fis Saúde. 2001;6(1):5-11.

Bink B, Bonjer FH, Sluys VD. Assesment of the energy expensury by indirect time and motion study. In: Edang K, Andersen KL, editors. Physical activity in health and disease: proceedings of Bertoslen Symposium. Oslo: Oslo University; 1966. p. 207-14.

Gnjidic D, Hilmer SN, Blyth FM, Naganathan V, Waite L, Seibel MJ, et al. Polypharmacy cutoff and outcomes: five or more medicines were used to identify community-dwelling older men at risk of different adverse outcomes. J Clin Epidemiol. 2012;65(9):989-95.

WHO Collaborating Centre for Drug Statistics Methodology. ATC/ DDD Index 2019. Geneva: WHO; 2019 [capturado em 23 jan. 2019]. Disponível em: http://www.whocc.no/atc_ddd_index

World Health Organization. Guidelines for controlling and monitoring the tobacco epidemic [Internet]. Geneva: WHO; 1998 [capturado em 04 set. 2018]. Disponível em: http://www.who.int/ iris/handle/10665/42049/

Lipschitz DA. Screening for nutritional status in the elderly. Prim Care. 1994;21(1):55-67.

Callaway CW, Chumlea WC, Bouchard C, Himes JH, Lohman TG, Martin AD, et al. Circumferences. In: Lohman TG, Roche AF, Martorell R, editors. Anthropometric standardization reference manual. Champaign: Human Kinetics Books; 1988. p. 39-54.

Pollock ML, Wilmore JH, Fox SM III. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. 2ª ed. Rio de Janeiro: MEDSI; 1993.

Araújo CGS. Manual do ACSM para teste de esforço e prescrição de exercício. 5. ed. Rio de Janeiro: Revinter; 2000.

Vicente FR, Santos SMA. Multidimensional evaluation of determinants of active aging in older adults in a municipality in Santa Catarina. Texto Contexto – Enferm. 2013;22(2):370-8.

Mosegui GB, Rozenfeld S, Veras RP, Vianna CMM. Quality assessment of drug use in the elderly. Rev Saúde Pública. 1999;33(5):437-44.

Santos GS, Cunha ICKO. Factors associated with the consumption of drugs among the elderly of a basic unit. REFACS. 2017;5(2):191-9.

Galato D, Silva ES, Tiburcio LS. Study of the use of medicine in elderly living in a city in the South of Santa Catarina (Brazil): a look at the polymedication. Ciêns Saúde Coletiva. 2010;15(6):2899-905.

Tavares DMS, Dias FA. Functional capactiy, morbidities and quality of life of the elderly. Texto Contexto - Enferm. 2012;21(1):112-20.

Pons EDS, Knauth DR, Vigo Á; PNAUM Research Group, Mengue SS. Predisposing factors to the practice of self-medication in Brazil: results from the National Survey on Access, Use and Promotion of Rational Use of Medicines (PNAUM). PLoS One. 2017;12(12):e0189098.

Costa CMFN, Silveira MR, Acurcio FA, Guerra Junior AA, Guibu IA, Costa KS, et al. Use of medicines by patients of the primary health care of the Brazilian Unified Health System. Rev Saúde Pública. 2017;51(supl. 2):18s.

Álvares J, Guerra Junior AA, Araújo VE, Almeida AM, Dias CZ, Ascef BO, et al. Access to medicines by patients of the primary health care in the Brazilian Unified Health System. Rev Saúde Pública. 2017;51(Suppl 2):20s.

Nascimento RCRM, Álvares J, Guerra Junior AA, Gomes IC, Costa EA, Leite SN, et al. Availability of essential medicines in primary health care of the Brazilian Unified Health System. Rev Saúde Pública. 2017;51(supl. 2):10s.

World Health Organization. Cardiovascular disease: World Heart Day 2017 [Internet]. Geneva: WHO; 2017 [capturado em 26 nov. 2017]. Disponível em: http://www.who.int/cardiovascular_diseases/ world-heart-day-2017/en/

Silva LJ, Azevedo MR, Matsudo S, Lopes GS. Association between levels of physical activity and use of medication among older women. Cad Saude Publica. 2012;28(3):463-71.

Baccaro LF, Conde DM, Costa-Paiva L, Pinto-Neto AM. The epidemiology and management of postmenopausal osteoporosis: a viewpoint from Brazil. Clin Interv Aging. 2015;10:583-91.

Camargos MCS, Bomfim WC. Osteoporosis and healthy life expectancy: estimates for Brazil in 2008. Cad Saúde Colet. 2017;25(1):106-12.

Fernandes TRL, Oliveira JB, Lorencete TV, Amadei JL. Factors associated with osteoporosis in postmenopausal women. Semina: Cienc Biol Saúde. 2015;36(1):93-106.

Silva ACV, Rosa MI, Fernandes B, Lumertz S, Diniz RM, Damiani MER. Factors associated with osteopenia and osteoporosis in women undergoing bone mineral density test. Rev Bras Reumatol. 2015;55(3):223-8.

Andrade SS, Silva Filho JN. The effects of resistance training in osteoporosis: a systematic review. Rev Bras Nutr Esp. 2015;50(9):144-9.

National Institute of Alcohol Abuse and Alcoholism. Alcohol’s effects on the body [Internet]. 2017 [capturado em 26 nov. 2017]. Disponível em: https://www.niaaa.nih.gov/alcohol-health/alcoholseffects-body

Fagerberg JH, Al-Tikriti Y, Ragnarsson G, Bergström CA. Ethanol effects on apparent solubility of poorly soluble drugs in simulated intestinal fluid. Mol Pharm. 2012;9(7):1942-52.

Fagerberg JH, Sjögren E, Bergström CAS. Concomitant intake of alcohol may increase the absorption of poorly soluble drugs. Eur J Pharm Sci. 2015;67:12-20.

Maher RL Jr, Hanlon J, Hajjar ER. Clinical consequences of polypharmacy in elderly. Expert Opin Drug Saf. 2014;13(1):57-65.

Downloads

Publicado

2019-03-01

Edição

Seção

Artigos Originais