Resistência muscular inspiratória em adultos com asma: uma revisão sistemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-652X.2019.2.32851

Palavras-chave:

músculos respiratórios, resistência muscular, endurance física, adultos, asma.

Resumo

Introdução: A asma é uma doença crônica que pode acarretar no comprometimento da resistência muscular inspiratória (RMI). Objetivo: Avaliar o comportamento da RMI em pacientes asmáticos. Materiais e Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática, realizada através do Pubmed, Lilacs, Scielo e PEDro. Foram selecionados estudos que avaliaram a RMI em adultos (≥18 anos) com o diagnóstico de asma. Utilizaram-se as seguintes estratégias de busca: 1) Asthma AND Respiratory Muscle AND Physical Endurance; 2) Asthma AND Respiratory Muscle AND Muscle Endurance; 3) Asthma AND Respiratory Muscle AND Muscle Resistance; 4) Asthma AND Inspiratory Muscle Endurance. A qualidade metodológica foi avaliada pela Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation, adaptado. Resultados: De um total de 904 artigos, apenas 04 foram incluídos. Os estudos totalizaram 137 indivíduos, compostos por asmáticos dependentes/não dependentes de corticoides (n=121), além de sujeitos controles (n=16). Para a avaliação da RMI, o equipamento mais frequente foi o uso de êmbolos inspiratórios (3/4), sendo que metade dos estudos utilizou o protocolo de carga incremental (2/4) e a outra parte o teste de carga fixa (2/4). Todos demonstraram redução da RMI em asmáticos adultos, tanto por meio da comparação com um grupo controle (1/4), como através dos pontos de coorte (3/4). Conclusão: A asma acarreta efeitos deletérios sobre a RMI, causando redução da capacidade dos músculos inspiratórios em tolerar uma determinada demanda ventilatória.

Biografia do Autor

Cássia de Souza e Silva, Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC). Osório, RS, Brasil.

Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC). Osório, RS, Brasil.

Francieli Almerinda Rodrigues da Silva, Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC). Osório, RS, Brasil.

Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC). Osório, RS, Brasil.

Bruna dos Santos Pereira, Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC). Osório, RS, Brasil.

Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC). Osório, RS, Brasil.

João Paulo Heinzmann-Filho, Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC). Osório, RS, Brasil.

Fisioterapeuta. Doutor em Saúde da Criança pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professor do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC).

Referências

Boulet LP, FitzGerald JM, Reddel HK. The revised 2014 GINA strategy report: opportunities for change. Curr Opin Pulm Med. 2015;21(1):1-7. https://doi.org/10.1097/mcp.0000000000000125

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o manejo da asma: 2012. J Bras Pneumol. 2012;38(suppl 1):1-46. https://doi.org/10.1590/s1806-37132005000400013

Reppold CT, Antunes ADP, Corrêa LM, Zanon C, Dal Lago P. Características clínicas e psicológicas de pacientes asmáticos de um ambulatório de pneumologia. Psico-USF. 2014;19(2):199-208. https://doi.org/10.1590/1413-82712014019002005

Menezes AMB, Wehrmeister FC, Hortal B, Szwarcwald CL, Vieira ML, Malta DC. Prevalência de diagnóstico médico de asma em adultos brasileiros: pesquisa nacional de saúde, 2013. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(suppl 2):204-13. https://doi.org/10.1590/1980-5497201500060018

Akkoca O, Mungan D, Karabiyikoglu G, Misirligil Z. Inhaled and systemic corticosteroid therapies: do they contribute to inspiratory muscle weakness in asthma? Respiration. 1999;66(4):332-7. https://doi.org/10.1159/000029403

Oliveira CMG, Lanza FC, Solé D. Força dos músculos respiratórios em crianças e adolescentes com asma: similar à de indivíduos saudáveis? J Bras Pneumol. 2012;38(3):308-14. https://doi.org/10.1590/s1806-37132012000300005

Sette L, Ganassini A, Boner AL, Rossi A. Maximal inspiratory pressure and inspiratory muscle endurance time in asthmatic children: reproducibility and relationship with pulmonary function tests. Pediatr Pulmonol. 1997;24(6):385-90. https://doi.org/10.1002/(sici)1099-0496(199712)24:6<385::aidppul2>3.0.co;2-g

Rochester DF. The diaphragm: contractile properties and fatigue. J Clin Invest. 1985;75(5):1397-402.

Ratnovsky A, Elad D, Halpern P. Mechanics of respiratory muscles. Respir Physiol Neurobiol. 2008;163(1-3):82-9. https://doi.org/10.1016/j.resp.2008.04.019

Laghi F, Tobin MJ. Disorders of the respiratory muscles. Am J Respir Crit Care Med. 2003;168(1):10-48. https://doi.org/10.1164/rccm.2206020

Perez T, Becquart LA, Stach B, Wallaert B, Tonnel AB. Inspiratory muscle strength and endurance in steroid-dependent asthma. Am J Respir Crit Care Med. 1996;153(2):610-5. https://doi.org/10.1164/ajrccm.153.2.8564106

Brancaleone P, Perez T, Robin S, Neviere R, Wallaert B. Clinical impact of inspiratory muscle impairment in sarcoidosis. Sarcoidosis Vasc Diffuse Lung Dis. 2004;21(3):219-27.

Lands L, Desmond KJ, Demizio D, Pavilanis A, Coates AL. The effects of nutritional status and hyperinflation on respiratory muscle strength in children and young adults. Am Rev Respir Dis. 1990;141(6):1506-9. https://doi.org/10.1164/ajrccm/141.6.1506

Bruurs ML, van der Giessen LJ, Moed H. The effectiveness of physiotherapy in patients with asthma: a systematic review of the literature. Respir Med. 2013;107(4):483-94. https://doi.org/10.1016/j.rmed.2012.12.017

de Jong W, van Aalderen WM, Kraan J, Koëter GH, van der Schans CP. Inspiratory muscle training in patients with cystic fibrosis. Respir Med. 2001;95(1):31-6. https://doi.org/10.1053/rmed.2000.0966

Troosters T, Gosselink R, Decramer M. Respiratory muscle assessment. Eur Respir Mon. 2005;31:57-71. https://doi.org/10.1183/1025448x.00031004

Atkins D, Best D, Briss PA, Eccles M, Falck-Ytter Y, Flottorp S, Guyatt GH, Harbour RT, Haugh MC, Henry D, Hill S, Jaeschke R, Leng G, Liberati A, Magrini N, Mason J, Middleton P, Mrukowicz J, O’Connell D, Oxman AD, Phillips B, Schünemann HJ, Edejer T, Varonen H, Vist GE, Williams JW Jr, Zaza S; GRADE Working Group. Grading quality of evidence and strength of recommendations. BMJ. 2004;328(7454):1490. https://doi.org/10.1186/1472-6963-5-25

Picado C, Fiz JA, Montserrat JM, Grau JM, Fernandez-Sola J, Luengo MT, Casademont J, Agusti-Vidal A. Respiratory and skeletal muscle function in steroid-dependent bronchial asthma. Am Rev Respir Dis. 1990;141(1):14-20. https://doi.org/10.1164/ajrccm/141.1.14

Gorman RB, McKenzie DK, Gandevia SC, Plassman BL. Inspiratory muscle strength and endurance during hyperinflation and histamine induced bronchoconstriction. Thorax. 1992; 47(11):922-7. https://doi.org/10.1136/thx.47.11.922

Weiner P, Azgad Y, Ganam R, Weiner M. Inspiratory muscle training in patients with bronchial asthma. Chest. 1992; 102(5):1357-61. https://doi.org/10.1378/chest.102.5.1357

Hart N, Hawkins P, Hamnegård CH, Green M, Moxham J, Polkey MI. A novel clinical test of respiratory muscle endurance. Eur Respir J. 2002;19(2):232-9. https://doi.org/10.1183/09031936.02.00247602

Pereira LFF, Mancuzo EV, Rezende CF, Côrrea RA. Six-minute walk test and respiratory muscle strength in patients with uncontrolled severe asthma: a pilot study. J Bras Pneumol. 2015;41(3):211-8. https://doi.org/10.1590/s1806-37132015000004483

Sampaio LMM, Jamami M, Pires VA, Silva AB, Costa D. Força muscular respiratória em pacientes asmáticos submetidos ao treinamento muscular respiratório e treinamento físico. Rev Fisioter Univ São Paulo. 2002;9(2):43-8. https://doi.org/10.11606/t.5.2017.tde-20062017-151204

Dekhuijzen PN, Decramer M. Steroid-induced myopathy and its significance to respiratory disease: a known disease rediscovered. Eur Respir J. 1992;5(8):997-1003.

Weiner P, Azgad Y, Weiner M. The effect of corticosteroids on inspiratory muscle performance in humans. Chest. 1993; 104(6):1788-91. https://doi.org/10.1378/chest.104.6.1788

Nickerson BG, Keens TG. Measuring ventilatory muscle endurance in humans as sustainable inspiratory pressure. J Appl Physiol Respir Environ Exerc Physiol. 1982;52(3):768-72. https://doi.org/10.1152/jappl.1982.52.3.768

Reiter M, Totzauer A, Werner I, Koessler W, Zwick H, Wanke T. Evaluation of inspiratory muscle function in a healthy Austrian population: practical aspects. Respiration. 2006;73(5):590-6. https://doi.org/10.1159/000091392

Hill K, Jenkins SC, Philippe DL, Shepherd KL, Hillman DR, Eastwood PR. Comparison of incremental and constant load tests of inspiratory muscle endurance in COPD. Eur Respir J. 2007; 30(3):479-86. https://doi.org/10.1183/09031936.00095406

Woszezenki CT, Heinzmann-Filho JP, Vendrusculo FM, Piva TC, Levices I, Donadio MV. Reference values for inspiratory muscle endurance in healthy children and adolescents. PLoS One. 2017;12(1):e0170696. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0170696

Johnson PH, Cowley AJ, Kinnear WJ. Incremental threshold loading: a standard protocol and establishment of a reference range in naive normal subjects. Eur Respir J. 1997;10(12): 2868-71. https://doi.org/10.1183/09031936.97.10122868

Downloads

Publicado

2019-08-02

Edição

v. 12 n. 2 (2019)

Seção

Artigos de Revisão

Licença

DIREITOS AUTORAIS
A submissão de originais para a Ciência & Saúde implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Ciência & Saúde como o meio da publicação original.

LICENÇA CREATIVE COMMONS
Em virtude de ser uma revista de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações científicas e educacionais, desde que citada a fonte. De acordo com a Licença Creative Commons CC-BY 4.0, adotada pela Ciência & Saúde o usuário deve respeitar os requisitos abaixo.

Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercialmente.

Porém, somente de acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira que a Ciência & Saúde apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.

Avisos:
Você não tem de cumprir com os termos da licença relativamente a elementos do material que estejam no domínio público ou cuja utilização seja permitida por uma exceção ou limitação que seja aplicável.
Não são dadas quaisquer garantias. A licença pode não lhe dar todas as autorizações necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, tais como direitos de imagem, de privacidade ou direitos morais, podem limitar o uso do material.

Para mais detalhes sobre a licença Creative Commons, siga o link no rodapé desta página eletrônica.