Avaliação do estado nutricional de crianças e adolescentes na admissão em uma unidade de terapia intensiva pediátrica

Autores

  • Letícia Dione Caruccio Hospital de Clínicas de Porto Alegre. http://orcid.org/0000-0001-8387-2119
  • Vera Lúcia Bosa Hospital de Clinicas de Porto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Tatiana Maraschin Hospital de Clínicas de Porto Alegre
  • Paulo Roberto Antoniacci Carvalho Hospital de Clínicas de Porto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-652X.2018.4.25278

Palavras-chave:

avaliação nutricional, pediatria, paciente crítico, unidade terapia intensiva, prematuridade.

Resumo

Objetivo: Avaliar o estado nutricional de crianças e adolescentes na admissão em unidade de terapia intensiva pediátrica de um hospital público de referência.
Materiais e Métodos: Estudo transversal que avaliou 277 pacientes, de 0 a 19 anos que foram admitidos na unidade de terapia intensiva pediátrica, nas primeiras 72 h de internação, no ano de 2013. As variáveis avaliadas, a partir dos prontuários, foram as medidas antropométricas de peso e estatura. Para verificar a associação do estado nutricional com as demais variáveis, utilizou-se o teste qui-quadrado, sendo considerado significativo p<0,05.
Resultados: Entre os 277 pacientes, 53,4% (n=148) eram do sexo masculino. Encontrou-se 10,5% (n=21) de desnutrição, 20,1% (n=40) de excesso de peso e 69,34% (n=138) de eutrofia. Destaca-se, que a desnutrição foi mais prevalente entre os menores de 2 anos, enquanto o excesso de peso foi maior na faixa etária de 2 a 10 anos. Em 28,79% (n=57) da amostra foi encontrado baixa estatura, com maior prevalência entre os menores de 2 anos (p<0,001), podendo estar associado ao elevado número de prematuros na amostra (n=26, p=0,003).
Conclusão: Na admissão de crianças e adolescentes internados em unidade de terapia intensiva pediátrica, desnutrição foi o estado nutricional menos prevalente quando comparamos com outros estudos. O número expressivo de prematuros pode estar associado à alta prevalência de baixa estatura encontrada.

Biografia do Autor

Letícia Dione Caruccio, Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Nutricionsita Clínica, especialista em Nefrologia e Saúde da Criança. Nutricionista da Unidade Clínica Médica do Hospital Universitário EBSERH - Universidade Federal do Rio Grande.

Vera Lúcia Bosa, Hospital de Clinicas de Porto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora Adjunta do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutora pelo Programa de Pós Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente da UFRGS (2010). Mestre em Pediatria pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2008). Especialista em Administração Hospitalar e Negócios em Saúde (2002). Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário Metodista IPA (1997). Possui experiência na área de Nutrição, com ênfase em nutrição clínica e saúde pública, atuando principalmente nos seguintes temas: saúde da criança e do adolescente, avaliação nutricional, nutrição do escolar, origens desenvolvimentistas da saúde e doença (DOHaD), banco de leite humano, central de fórmulas e pediatria clínica.

Tatiana Maraschin, Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Possui graduação em nutrição pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1991). Especialista em nutrição clínica (IMEC) e em gestão hospitalar (GHC - Fiocruz). Atualmente é nutricionista clínica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Experiência na área de nutrição clínica, com ênfase em pediatria.

Paulo Roberto Antoniacci Carvalho, Hospital de Clínicas de Porto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul

graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) (1975), mestrado em Ciências Medicas: Pediatria pela UFRGS (1993) e doutorado em Ciências Medicas: Pediatria pela UFRGS (2001). Atualmente é Professor Titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRGS.

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Publicado

2018-12-30

Edição

Seção

Artigos Originais