Fatores maternos para o nascimento de recém-nascidos com baixo peso e prematuros: estudo caso-controle

Autores

  • Silas Santos Carvalho Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Julita Maria Freitas Coelho Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Denise Ângela Bacelar Soares Faculdade Anísio Teixeira de Feira de Santana
  • Elayne Mariola Faculdade Anísio Teixeira de Feira de Santana

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-652X.2016.2.21947

Palavras-chave:

baixo peso ao nascer, prematuridade, mortalidade infantil, epidemiologia.

Resumo

Objetivo: Identificar os fatores maternos mais associados ao nascimento de recém-nascidos com baixo peso e prematuros.
Materiais e Métodos: Estudo caso-controle com 111 puérperas que buscaram atendimento em um hospital público de Feira de Santana (BA). O grupo caso foi constituído por mães de neonatos com baixo peso (<2500g) e <37 semanas, e o grupo controle, por mães de neonatos com peso normal (≥2500g) e a termo. O peso ao nascer e idade gestacional foram obtidos através do registro hospitalar. Os principais fatores de risco para o BPN e prematuridade foram avaliados mediante análise bivariada e obtenção da medida de associação odds ratio (OR).
Resultados: 18,9% das puérperas tiveram filhos prematuros e, em 38,1% dos casos, o parto ocorreu antes de 34 semanas. A maioria dessas mulheres tinha idade entre 14 e 25 anos (66,7%), cor negra ou parda (85,7%), com companheiro (81,0%), tiveram o parto normal (57,0%) e visitaram o dentista durante a gestação (95,2%). Houve associação estatisticamente significante entre baixo peso ao nascer/parto prematuro e o consumo de bebida alcóolica (OR: 7,9; p=0,001), número de consultas pré-natais menor que 6 (OR: 2,94; p=0,02) e uso de medicação abortiva (OR: 5,05; p=0,04).
Conclusão: Os achados demonstraram que as mulheres que consumiam bebida alcoólica, que realizaram menos de seis consultas pré-natais e usavam medicação abortiva, tiveram maior chance do bebê nascer com baixo peso e prematuro. Assim, esses fatores de risco merecem atenção especial nas políticas públicas para o enfrentamento desse agravo.

Biografia do Autor

Silas Santos Carvalho, Universidade Estadual de Feira de Santana

Enfermeiro e pós-graduando em Obstetrícia e Saúde da Mulher.

Julita Maria Freitas Coelho, Universidade Estadual de Feira de Santana

Dentista e Doutora em Saúde Pública. Departamento de Ciências da Saúde,

Denise Ângela Bacelar Soares, Faculdade Anísio Teixeira de Feira de Santana

Acadêmica de Enfermagem

Elayne Mariola, Faculdade Anísio Teixeira de Feira de Santana

Acadêmica de Enfermagem

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Publicado

2016-09-14

Edição

Seção

Artigos Originais