O juiz e o compartilhamento do mundo da vida

Autores

  • Marcelo Rubin Lima Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2017.3.27313

Palavras-chave:

Fenomenologia. Juiz. Quilombo. Inovação.

Resumo

Neste artigo, o conceito de compartilhamento do mundo da vida de Alfred Schütz é utilizado para analisar a ação do juiz frente às inovações e novidades que os atores sociais em conflito trazem aos tribunais. Este é um problema que se apresenta para os juízes que se dedicam às causas ambientais, visto que as tradições do passado não podem ser reproduzidas por serem nocivas ao meio ambiente. O magistrado dirige suas palavras na sentença em direção aos nossos sucessores, às gerações futuras anônimas e indeterminadas. Estes aspectos foram trabalhados com apoio de entrevistas em profundidade e análises de textos jurídicos para estudar o caso do Quilombo da Família Silva, o primeiro quilombo urbano do Brasil. Constatamos que entre as capacidades de um juiz ambiental está a faculdade de autorizar o surgimento da inovação de que as novas gerações são portadoras. Desta forma ele consegue interromper uma tradição e iniciar uma nova cadeia de causa e efeito na sociedade.

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Biografia do Autor

Marcelo Rubin Lima, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutor pelo Programa de Pós Graduação em Sociologia da UFRGS. Mestre pelo Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da PUC-RS. Bacharel em Ciências Sociais pelo PUC-RS. Atualmente é membro do grupo de pesquisa Magistratura, Sociedde e Política.

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Publicado

2017-12-15

Como Citar

Lima, M. R. (2017). O juiz e o compartilhamento do mundo da vida. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 17(3), 504–522. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2017.3.27313

Edição

Seção

Sociologia e Fenomenologia